DEPRESSÃO INFANTIL: QUAIS OS SINTOMAS?
A depressão infantil pode ter sintomas bastante diferentes da depressão adulta.
Isso porque as crianças nem sempre conseguem identificar e nomear os próprios sentimentos, tampouco procurar ajuda.
Assim, é fundamental que pais e educadores conheçam os sintomas da depressão infantil a fim de procurar a ajuda necessária.
Identificar os sintomas é o primeiro passo no processo de tratamento desse transtorno. Essa etapa nem sempre é fácil, já que muitos são confundidos com birra, timidez ou necessidade de chamar a atenção.
Lembre-se que o diagnóstico deve ser realizado por um profissional psicólogo.
Principais sintomas da depressão infantil
A depressão infantil aparece com características diferentes de acordo com o estágio de desenvolvimento da criança.
Embora poucos saibam, o transtorno pode acometer até mesmo bebês durante primeira infância – bebês entre seis meses e dois anos.
A depressão, de fato, não tem idade para acontecer, e está presente entre 1 e 2% das crianças em fase pré-escolar e entre 3 e 8% dos adolescentes.
Aprenda a identificar os sintomas da depressão infantil em qualquer fase.
Entre seis meses e dois anos:
Expressão facial triste;
Apatia;
Perda de peso;
Dificuldade em ganhar o peso esperado;
Choro sem causa orgânica;
Irritabilidade;
Insônia;
Atraso na linguagem e na parte motora.
Entre dois e seis anos:
Inquietação motora;
Retraimento e choro frequente;
Recusa em se alimentar;
Perturbação do sono;
Apatia;
Não resposta a estímulos visuais e verbais;
Mudança súbita e inexplicável de comportamento;
Queixas de dores de cabeça e de estômago;
Dificuldade de se separar ou separações sem reação;
Isolamento social;
Linguagem, movimento ou reações lentas.
Entre seis e 12 anos:
Irritação;
Redução no interesse por brincadeiras;
Dores somatizadas (pernas, cabeça, barriga);
Fisionomia triste e/ou de lamentação;
Diminuição de apetite e peso abaixo do esperado para idade;
Agitação psicomotora ou hiperatividade;
Retardo psicomotor;
Distúrbio do sono;
Balanceios, estereotipias ou outros movimentos repetitivos;
Regressão da linguagem, ecolalia;
Recusa em ir para a escola dificuldade de concentração e pensamento lento, provocando queda no rendimento escolar;
Cansaço e falta de energia freqüentes;
Preocupação com pensamentos de morte ou suicídio;
Redução da criatividade, iniciativa e compreensão;
Choro sem motivo.
Depressão na adolescência:
Agressividade;
Alteração de apetite;
Pensamento suicida;
Isolamento social;
Cansaço constante;
Abandono das atividades preferidas;
Discussões com pais e professores;
Queda no rendimento escolar;
Transtornos alimentares (anorexia e bulimia);
Comportamento de risco, envolvendo sexo, drogas, bebidas, automóveis.
O que motiva a depressão na infância?
São diversas as influências que levam uma criança a um quadro de depressão. Podem ser fatores genéticos ou ambientais, como sofrer bullying, maus tratos, situações de grande estresse, perda de pessoas da família ou próximas, vivem com doenças crônicas ou distúrbios de aprendizagem ou de comportamento.
Quando são criadas de forma muito rígida, com críticas e intolerância, as crianças também correm o risco de desenvolver depressão, pois sentem que não podem se expressar com liberdade.
Quando e como procurar ajuda?
Agora que você conhece os sintomas, é importante verificar se a criança apresenta tais comportamentos ou características de depressão na infância.
Caso se confirme, verifique a duração desse quadro. Com mais de dez dias, já é aconselhável consultar um pediatra que pode encaminhar para uma consulta psicológica especializada.
O acompanhamento deve sempre ser acompanhado por pais, professores, pediatra e psicólogo infantil. Até os nove anos, geralmente o tratamento consiste apenas em sessões de psicoterapia.
Após essa idade, caso a criança não apresente melhoras, podem ser introduzidos medicamentos antidepressivos, estimulantes e estabilizadores de humor.
Durante o tratamento, é fundamental que a criança se sinta apoiada e amada. Os adultos devem respeitar seus sentimentos e orientar os colegas da mesma idade a fazer o mesmo.
Realizar o tratamento é muito importante para a criança superar o transtorno sem ter seu desenvolvimento pessoal e rendimento escolar prejudicados.
O Recanto PSI conta com profissionais e estrutura especiais para atender crianças e adolescentes que estiverem em situação de depressão e outros transtornos.
Procurar ajuda é fundamental. Agende uma consulta.
Por Ediane Machado.