A Depressão é Hereditária?

A Depressão é Hereditária?

Um dos questionamentos mais comuns sobre a Depressão é se ela pode ser transmitida hereditariamente. É uma preocupação válida, tanto para quem possui o quadro quanto para quem estuda ou trata a doença. Existem alguns estudos que foram feitos buscando entender se a genética está envolvida com uma maior probabilidade de incidência.

É importante entender que a Depressão é uma doença, devendo ser levada a séria, não é drama nem mesmo “falta de vergonha na cara”. Precisa ser tratada com o acompanhamento de um profissional preparado, sem julgamentos, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida do paciente. Uma vez que a depressão pode se manifestar em diferentes momentos da vida e com intensidades diversa, cabe a um psicólogo avaliar se há a necessidade para um encaminhamento para outro profissional, como psiquiatra.

As causas da depressão são, na verdade, múltiplas, combinando, além de fatores ambientais, hábitos e experiências de vida do paciente,  os fatores genéticos também.  A doença se desenvolve com maior incidência em quem tem familiares de primeiro grau (pais ou filhos) com depressão. Já no século XIX, se notava que a propensão da doença era maior em algumas famílias, por psiquiatras europeus como Morel, Griesinger, Maudsley e Kraepelin. Um estudo desenvolvido em 1966 na Suíça, Suécia e Perris com dados sistematizados da incidência da depressão e da bipolaridade no contexto familiar, demonstrou que o risco de desenvolver a condição é maior em cerca de 5% em parentes de primeiro grau daqueles que possuíam o distúrbio. Essa taxa parece ser  pequena, entretanto significa, em termos práticos que o risco de adquirir a condição é de até três vezes mais em relação a quem não apresenta casos na família. No caso de quem possui familiares em primeiro grau com o transtorno bipolar, a probabilidade se torna sete vezes maior em relação a população em geral.

Buscando compreender melhor a influência genética sobre a depressão, diversos estudos envolvendo pares de gêmeos foram feitos durante o  passado. Os estudos consistiam em comparar as taxas de incidência da doença entre gêmeos monozigóticos – conhecidos como idênticos, por compartilharem o mesmo material genético – e dizigóticos – aqueles que compartilham a mesma gravidez, mas não o mesmo material genético. O mais recente estudo, desenvolvido também na Suécia pelos estudiosos Kendler et al, concluiu que a incidência entre  gêmeos monozigóticos é de até 69% em relação a população geral, enquanto a incidência entre dizigóticos chega a 34%, sendo assim, entre gêmeos que compartilham o mesmo material genético, a probabilidade é de duas a três vezes maior entre os que não compartilham, reforçando a hipótese de que os genes influenciam na propensão ao desenvolver depressão.

Mas isso não é uma notícia ruim. Saber que se tem propensão a ter depressão pode ser um motivo a mais para cuidar da própria saúde mental e assim prevenir a doença. Se você tem casos de depressão na família, busque cultivar hábitos saudáveis, praticar algum tipo de religiosidade, frequentar ambientes que te façam se sentir feliz e à vontade, se dedicar aos próprios projetos e começar uma terapia.

No tratamento da depressão é super importante que o paciente entenda que tem tratamento e que o acompanhamento com um profissional preparado pode ajudar na melhoria dos sintomas. Não hesite em buscar ajuda de um profissional caso você perceba uma persistência do humor depressivo, do desânimo, vontade de chorar constante, alterações no apetite ou qualquer outro sintoma que altere o seu dia a dia de forma constante. Caso precise, entre em contato conosco por telefone, formulário ou whatsapp para esclarecer melhor suas dúvidas sobre a depressão, segue nosso número: (21) 4141-9664.

Fonte: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44461999000500004

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