Depressão e Maternidade: O Pesadelo da Depressão Pós Parto

Depressão e Maternidade: O Pesadelo da Depressão Pós Parto

Atenção:

A depressão é uma doença.

Como toda doença, precisa de acompanhamento profissional.

A depressão não tratada pode provocar tentativas ou causar suicídio, por isso, busque ajuda.

Ter um bebê, geralmente, é um momento de grande alegria para a mamãe e família.

Entretanto é hora de muitas transformações físicas e mentais no corpo da mulher.

Este artigo explica um pouco sobre como funciona o período pós parto e as possíveis causas, fatores de risco e tratamento para a chamada depressão pós parto.

Se você tiver alguma dúvida, não deixe de perguntar nos comentários. Vamos tentar esclarecer tudo.

O Tempo da Mamãe

A gravidez pode ser separada em dois momentos diferentes.

O primeiro é o período pré-natal. Que vai desde a concepção da criança até o parto.

Neste momento a mamãe passa por muitas transformações corporais.

O peso aumenta, há maior possibilidade de reter líquidos, a pressão arterial pode desregular, a barriga vai aparecendo, os seios crescem e começam a se preparar para a produção de leite…

Apesar de ser um movimento lindo da natureza, essas transformações podem causar extremo desconforto para mãe.

Para evitar essa sensação, o corpo começa a aumentar a produção de dois hormônios fundamentais para o bem-estar da mulher.

A concentração do Estrógeno e da Progesterona vai ficando cada vez maior conforme passam os meses.

É por isso que normalmente há uma melhora visível na aparência da gestante, a pele fica mais sedosa, o cabelo fica mais brilhoso, o apetite fica maior, a mamãe fica mais sensível tanto para coisas boas quanto para coisas ruins, e, até, em alguns casos, existe um aumento da libido.

O período pós parto ou, em termos médicos puerpério, compreende o tempo logo depois de dar a luz até o bebê fazer 1 ano.

E aí que tá o grande Q da questão… Após o parto, a produção desses hormônios que fazem a mamãe se sentir bem, cai drasticamente.

E quando falamos drasticamente, é mais de 90%.

Ou seja…

Aquele momento de felicidade e expectativas boas da gravidez acaba em poucos minutos depois do bebê sair da barriga da mamãe.

E acontece um fenômeno que pouca gente conhece o nome…

O Baby Blues

Se você conhece o Blues, aquele ritmo musical norte americano, sabe que a maioria das letras e das interpretações instrumentais tem um ponto em comum: são composições tristes.

O Blues é uma música que fala sobre perdas, frustrações e dificuldades, sem perspectiva de melhoria e mudança.

Um ritmo musical que abraça o vazio e a melancolia moderna das periferias negras das cidades do Sul dos EUA.

O que isso tem a ver com a gravidez, você deve estar se perguntando agora.

O Baby Blues é nada mais, nada menos, do que essa sensação de perda, tristeza, vazio, depressão, falta de sentido na gravidez, frustração entre outras coisas que acontece nas primeiras 2 semanas do puerpério.

A queda drástica dos hormônios que fazem a mãe se sentir bem, faz com ela sinta com maior intensidade esses sentimentos.

É como se o corpo estivesse produzindo uma droga que deixa a mãe dopada para coisas ruins, e quando a produção diminui, a mulher entra em crise de abstinência.

E isso é basicamente uma regra para a maioria das mulheres que experienciam o parto.

Mas a boa notícia é que este estado de espírito dura, em média, de 3 a 14 dias.

Durante esse período, a mãe pode se sentir exausta, triste, incompreendida, frustrada, com raiva, com dificuldades para dormir, e tudo que há de ruim.

Para as mulheres que têm uma tensão pré-menstrual mais emocionalmente instável, o transtorno disfórico pré-menstrual, é basicamente a mesma sensação, só que mais intensa um pouco.

É muito importante que a mãe consiga descansar para que esse período de readaptação aos níveis normais de hormônio seja menos desgastante possível.

Além disso, a família tem papel fundamental no suporte, inclusive os papais, que, infelizmente, em sua maioria, não ajudam.

Alô papais! Vamos ajudar as mamães! Bebês não se fazem só com um óvulo!

Você deve estar se perguntando:

“Então toda mãe fica deprimida depois que o bebê nasce?”

Não. Vou explicar o que é a Depressão Pós Parto e qual a diferença para o Baby Blues.

A Depressão Pós Parto

A depressão pós-parto, na verdade, é um termo que damos para qualquer quadro depressivo que aconteça durante o puerpério.

Mas também, atualmente, não se utiliza tanto esta expressão.

O mais aceito é a chamada Depressão Perinatal.

Este tipo de depressão compreende todos os quadros depressivos que ocorrem desde a concepção do bebê até o seu nascimento.

A diferença entre o Baby Blues e uma Depressão Perinatal não é a duração, como muitas pessoas podem pensar, mas sim a intensidade.

Como vimos anteriormente, o Baby Blues é uma resposta emocional para o desequilíbrio hormonal que a mulher tem após o parto.

Apesar de tudo, essa tristeza e esse vazio não chegam a fazer com que a mãe não consiga seguir a sua rotina de uma forma funcional.

Até as primeiras duas semanas, é normal que esses sentimentos ruins surjam eventualmente.

A mãe se sente mais vulnerável, porque de fato está.

Por isso o apoio familiar neste período, e após também, é essencial.

Na depressão, o que acontece é uma paralização da vida devido a tristeza profunda.

Na depressão Perinatal, além do humor deprimido e da falta de motivação, alguns outros sentimentos são comuns.

Pode existir uma preocupação exagerada com a saúde do bebê ou com a própria saúde, o medo de que algo aconteça a si própria e a criança, a sensação de que o bebê é um estranho e que não é o filho dela mesma, uma vontade de fugir ou de sumir, etc.

Além desses sentimentos, também pode existir uma falta de concentração muito forte, um cansaço extremo além da possibilidade de pensamentos suicidas.

Normalmente esses sintomas aparecem no primeiro mês após o parto e atingem o seu pico no terceiro mês do fim da gestação.

Cerca de 50% dos casos são continuação de episódios depressivos que aconteceram durante a gestação.

Portanto, caso haja pensamentos negativos e um humor deprimido constante por mais de 2 semanas durante a gravidez, é importante buscar ajuda.

Ao contrário do que muitas pessoas podem pensar, a “depressão pós-parto” acomete 13% de todas as novas mamães.

E não importa se é a primeira, segunda ou décima gravidez, as chances de que ela aconteça é muito semelhante para todas as gestações.

Quais são as Causas e Fatores de Risco?

Assim como qualquer outra depressão, fatores genéticos, biológicos, emocionais, psicossociais e econômicos podem ser condições facilitadoras para que haja algum quadro de depressão perinatal.

Histórico de doenças mentais na família, utilização de certos medicamentos, falta de suporte familiar na gravidez, luto, perda de emprego, gravidez de risco, doenças crônicas, ter algum tipo de doença mental, tudo isso pode aumentar o risco da depressão perinatal.

Especialmente para mães que já apresentaram algum quadro depressivo durante a vida, é importantíssimo acompanhar o humor e a vitalidade durante toda gravidez.

Além das condições externas e internas de cada mãe, o desequilíbrio hormonal e a falta de ajuda em casa no período perinatal também aumentam as chances de se desenvolver a doença.

Se houver alguma tendência ao humor depressivo, busque ajuda imediatamente com o psiquiatra, psicólogo ou obstetra.

Principais Consequências

A depressão pós parto é uma doença e causa consequências principalmente na qualidade de vida do paciente.

No caso das mamães, pode evoluir para quadros gravíssimos da doença, levando a pensamentos suicidas, perda da funcionalidade, quadros psicóticos que podem colocar a vida da mãe e do bebê em risco.

A depressão por si só pode levar a problemas sociais que pioram ainda mais o estado emocional do paciente e pessoas mais próximas.

A perda da capacidade de seguir rotinas pela falta de energia, além de afetar principalmente a saúde física, higiene e dieta, podem também causar problemas no trabalho e na carreira da mulher.

Tratamento

O tratamento da depressão perinatal é feito de acordo com a intensidade dos sintomas.

No caso do Baby Blues, manter uma alimentação saudável, uma boa rotina de sono, com bastante cochilos durante o dia, e exposição ao sol da manhã e do finalzinho da tarde, é essencial.

Para depressões mais leves, a busca por uma psicoterapia é o mais indicado para melhorar a vida das novas mamães.

Para casos moderados e graves, é necessário a procura de um acompanhamento médico para que o mesmo analise a possibilidade da utilização de antidepressivos que possam ser utilizados durante a amamentação junto da psicoterapia.

É importante que qualquer tratamento medicamentoso seja prescrito pelo médico, não coloque sua saúde em risco, nem a do seu bebê.

A duração do tratamento psicoterapêutico nesses casos, podem durar de 1 a 2 anos, dependendo do estado do paciente, podendo ser prolongado indefinidamente.

No caso do acompanhamento psiquiátrico com medicação, o tratamento pode durar de 2 anos a 5 anos, dependendo da intensidade, pode ser que o médico indique o uso constante da medicação para evitar novas crises.

Conclusão

Percebemos que a depressão pós parto é uma doença muito comum entre as gestantes.

Aprendemos que o Baby Blues é uma resposta comum do nosso cérebro ao desequilíbrio hormonal após dar à luz.

Também vimos que o apoio familiar é extremamente importante para que a mamãe consiga passar por essa fase de forma melhor.

Mas o mais importante, é que no caso da depressão perinatal, quando percebemos que sintomas mais profundos relacionados à doença aparecem em qualquer momento da gravidez até o bebê completar um ano, se acontecer é hora de buscar ajuda.

A terapia permite que aprendamos a controlar sentimentos negativos e comportamentos prejudiciais, impactando positivamente todas as áreas da vida. 

Se você acredita que precisa pode entrar em contato com a gente e conversar sobre a depressão perinatal com a gente.

É só ligar pra clínica ou mandar uma mensagem no whatsapp para o número (21) 4141-9664.

Ficaremos muito felizes em atender você.

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